Situação preocupante no Hospital de Setúbal

Situação preocupante no Hospital de Setúbal

Os responsáveis de serviço, sem exceção, e o próprio diretor clínico apresentaram à Administração uma moção aprovada numa reunião entre todos em que contestam a falta de resposta às necessidades de requalificação do hospital de nível C para nível D e a melhoria dos serviços e da qualidade assistencial, que se tem degradado ao longo dos anos com a saída de muitos médicos e a perda de valências.
Correspondendo à solicitação de apoio, Bastonário, presidente do Conselho Regional do Sul e presidente do Conselho Sub-regional de Setúbal reuniram-se com a maioria deles, no dia 26 de abril, no auditório da Ordem dos Médicos em Lisboa.
Na reunião, os diretores de serviço e de unidades voltaram a lamentar que o Centro Hospitalar não tenha capacidade de gerar a atratividade necessária e a falta de renovação de quadros médicos, que vai levar, a curtíssimo prazo, ao colapso.
O presidente do Conselho Sub-regional do Sul da Ordem dos Médicos recordou que a reunião foi marcada pelo Conselho Regional do Sul num contexto de graves deficiências assistenciais, que conduziu "a uma posição coletiva de os cerca de 50 diretores de serviço, com o apoio do diretor clínico".
Daniel Travancinha elencou problemas como a necessidade de reclassificação, "prometida há muito e que impede a introdução de especialidades ou serviços essenciais" ou o propalado encerramento do Hospital do Outão, para aí criar uma unidade hoteleira.
O presidente do Conselho Regional do Sul considerou que a razão assistia aos médicos presentes e que "a posição do diretor clínico deve ser reforçada", uma vez que a Administração tem optado por fazer ameaças veladas perante as propostas apresentadas.
Alexandre Valentim Lourenço defendeu ser "muito importante que a visão clínica prevaleça", em detrimento de visões que não são do interesse das populações nem dos profissionais, pelo que, garantiu, nessas circunstâncias, que "a Ordem dos Médicos estará sempre ao lado dos médicos", que devem manter as suas posições na defesa da melhoria da qualidade dos serviços e do reforço no número de médicos nestas unidades que têm sofrido com a falta de atratividade.
O Bastonário assegurou, por seu turno, que a iniciativa do diretor clínico do Centro Hospitalar de reunir-se com os colegas diretores de serviço e apresentar uma moção à administração "não é ilegal" e até defendeu que as direções clínicas "podem e devem reunir-se e ouvir os diretores de serviço".
Miguel Guimarães referiu que a Ordem está disposta "a ir até onde for necessário na defesa dos valores dos médicos e do interesse dos doentes". O bastonário informou os presentes que a Ordem dos Médicos iria escrever à ministra da Saúde e ao Conselho de Administração  do Centro hospitalar, para que fossem dadas as respostas que os diretores de serviço exigem.

 

26 de abril de 2021

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