SNS “fez das fraquezas forças” mas precisa de recuperação

SNS “fez das fraquezas forças” mas precisa de recuperação

O presidente do Conselho Económico e Social (CES) considerou hoje que o SNS “fez das fraquezas forças” e respondeu de “forma muito efetiva” à pandemia, mas precisa de recuperação e de ter reservas estratégicas de recursos humanos.
“O Serviço Nacional de Saúde [SNS] saiu mais reforçado do ponto de vista de imagem e de reputação, toda a gente dizia que o SNS estava desmantelado e não estava tão desmantelado como isso”, afirmou Correia de Campos à agência Lusa no final do ‘webinar’ “O SNS e a vigilância epidemiológica após a 1ª vaga”, promovido pelo CES e que reuniu médicos, especialistas, técnicos, sindicatos.
Contudo, precisa ter reservas estratégicas de recursos humanos, para “não se estar a recorrer a pessoal à pressão, à pressa, sem estar devidamente enquadrado ou informado”, e de equipamentos de proteção individual como foi destacado na conferência, disse o antigo ministro da Saúde.
Na conferência, foi salientado que provavelmente a alta taxa de infeção nos profissionais de saúde, mais de 3.100, poderá ter sido resultado também da falta destes equipamentos no princípio da crise.
Por outro lado, o SNS também precisa de investimento: “É preciso recuperar os hospitais e as unidades de saúde porque os doentes não desapareceram, simplesmente adiaram os seus tratamentos e os diagnósticos das suas doenças, mas as doenças provavelmente lá continuam”.
Portanto, defendeu, é necessário recuperar esse “enorme atraso” de cerca de 500 mil urgências hospitalares, consultas e urgências hospitalares e 30 mil cirurgias adiadas.
“Não sei se são tantas assim, mas há um capital de trabalho a recuperar que tem de ser feito e estou convencido de que do ponto de vista político o país não aceitaria que agora o SNS, com este desempenho tão eficaz, não fosse dotado dos meios necessários”, sublinhou.
Um trabalho que vai “exigir um esforço maior” dos profissionais, mas “vai exigir também que o Estado olhe para as formas de retribuição dos seus profissionais, dos médicos, dos enfermeiros, dos técnicos, de toda a gente”.

Fonte: Agência Lusa, 14 maio 2020

14 de maio de 2020

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