Suspeitas de uso abusivo de antiulcerosos

Suspeitas de uso abusivo de antiulcerosos

Consumo deste tipo de medicamentos, entre os quais o omeprazol é o mais conhecido, subiu 120% em dez anos.

 

O consumo de medicamentos antiulcerosos cresceu 120% entre 2006 e 2015, um aumento que está a levantar suspeitas sobre um eventual uso abusivo destes fármacos. O Infarmed está a investigar o que se passa lembrando que estes medicamentos (omeprazol é o mais conhecido) podem comportar, a longo prazo, efeitos adversos como infeções pulmonares ou a redução da absorção de cálcio.

No ano passado, foram adquiridos 6,8 milhões de embalagens destes fármacos, também denominados inibidores da bomba de protões. Na última década, a utilização destes medicamentos cresce sobretudo a partir de 2010 com a introdução dos genéricos que baixaram o preço do omeprazol em 35%. Em apenas um ano, os encargos para o Serviço Nacional de Saúde passaram de 133 milhões para 45 milhões de euros.

Guilherme Macedo, diretor do serviço de Gastrenterologia do Hospital de S. João, admite a possibilidade de uma utilização abusiva destes medicamentos, devido aos preços baixos e à facilidade de aquisição e à cultura errada de automedicação. O especialista reconhece que faria sentido que o seu uso fosse limitado à prescrição médica, ainda que não esteja tão certo sobre as reações adversas decorrentes do uso continuado. "É um tema controverso, não há evidência segura deste tipo de efeitos". afirmou ao JN o também vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

 

Fonte: Jornal de Notícias, 1 de Setembro 2016

1 de setembro de 2016

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