O Governo quer a desmaterialização de todos os processos clínicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) até 2020. A proposta do presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Henrique Martins, já arrancou, em jeito de ensaio, no Hospital de Ovar, que conta acabar com o papel até ao Natal. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, falou ontem, via Skype, com os colaboradores do hospital.
"Hoje assinei a minha primeira nota interna digital", comentou Luís Miguel Ferreira, presidente do Hospital de Ovar, que explicou que gastam, neste momento, 700 mil folhas de papel por ano. O desafio é digitalizar tudo e, segundo Henrique Martins, Ovar tem o hospital ideal para testar o modelo: "Não é muito grande, mas tem várias valências".
A desmaterialização vai desde os processos clínicos dos utentes às fichas de férias e folgas do pessoal, cerca de 200 pessoas, 40 deles médicos. Mas porque não se acaba com o papel se os utentes continuarem a usar papel toda a comunidade, "independentemente da faixa etária", será envolvida para aprender a usar os meios tecnológicos e o portal do SNS, adiantou Luís Ferreira. Henrique Martins disse que "o hospital sem papel tem que ser um hospital escola, tem que ensinar os cidadãos".
Fonte: Jornal de Notícias, 5 de outubro 2017