Unidades fechadas e listas de espera continuam a crescer

Unidades fechadas e listas de espera continuam a crescer

Doentes sem acesso a internamentos em Lisboa e Coimbra. Nova plataforma pressiona Governo.
As unidades de desabituação de Lisboa e de Coimbra, que encerraram no confinamento, continuam fechadas com acréscimos na lista de espera. As administrações regionais da Saúde (ARS) do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo dizem estar a garantir condições de segurança para reabrir. A do Norte reabriu a 8 de julho.
"Diariamente perguntam-nos quando reabrimos. Dois utentes, consumidores de cocaína, que já tinham solicitado internamento, suicidaram-se. Estavam em dificuldades", diz João Curto, psiquiatra na Unidade de Desabituação de Coimbra.Apesar de estar a ser prestado apoio ao domicílio, não se conseguiu evitar o "desespero".
Curto critica o desinvestimento: "Já fizemos sucessivos pedidos à ARS Centro para reabrir, mas a falta de investimento já tem dez anos. Precisamos de assistentes operacionais, temos baixas e temos vindo a perder funcionários. Há unidades sem médicos e não há contratação". O psiquiatra sublinha que a sua unidade "tem todas as condições físicas".
Segundo a ARS Centro, "os utentes vêm sendo seguidos em consultas nas equipas de tratamento e na Unidade de Alcoologia, que mantém a consulta em ambulatório", que depende de obras para reabrir. A ARS adianta apenas que a Unidade de Desabituação Tabágica reabre a 17 de agosto.

Jornal de Notícias, 6 Agosto 2020

6 de agosto de 2020

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