«Aumentar todas as cirurgias é impossível»

«Aumentar todas as cirurgias é impossível»

Discurso directo
Alexandre Valentim Lourenço

Ordem dos Médicos - Presidente do Conselho Regional do Sul

 

 

CM- Há já 235 mil doentes em espera para cirurgia. A Covid continua a condicionar tudo?
Alexandre Valentim Lourenço - Continua e vai condicionar nos próximos anos. Os hospitais pararam de fazer o que não era urgente ou oncológico e tem sido muito difícil retomar. Os rastreios do cancro também não voltaram aos níveis de antes da pandemia.

CM -O que impede os hospitais de retomar a atividade?
AVL - Em especialidades como urologia, ginecologia ou cirurgia plástica ainda não estamos a 100%, numa altura em que era preciso estar a 200%. A retoma ainda por cima coincide com as férias. Para que a segunda vaga de Covid não agrave a situação, há que reforçar meios humanos, em especial médicos.

CM - O recurso aos privados pode ser a solução?
AVL - Passar cheques não resolve o problema. A taxa de aceitação de cirurgias no privado é inferior a 20%, os doentes querem ser operados pelos seus médicos. É importante ter um plano realista para recuperação por patologias. Aumentar todas as cirurgias de um dia para o outro é impossível.

 

 

18 de agosto de 2020

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