Abortos baixam 10% em oito anos

Abortos baixam 10% em oito anos

Em 2015 realizaram-se 15 873 interrupções de gravidez por opção da mulher. Privado faz 29% das intervenções.

 

Nos últimos oito anos, as interrupções voluntárias de gravidez baixaram 10,2%. Em 2015, 15873 grávidas abortaram por opção, menos 2139 do que em 2008, o primeiro ano completo após a alteração legislativa que permite à mulher interromper a gravidez até às 10 semanas de gestação por decisão própria, sem motivo clínico ou criminal. Após um aumento das interrupções voluntárias de gravidez verificado nos primeiros quatro anos, desde 2012 que a tendência tem sido decrescente.

De acordo com o último Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, da Direção-Geral da Saúde (DGS), em 2015 os abortos por opção da mulher baixaram 1,9% face a 2014. O país mantém números de interrupção de gravidez abaixo da média europeia, refere o documento a que o JN teve acesso.

Um outro relatório da DGS, a que o JN também teve acesso – Análise das Complicações Relacionadas com as Interrupções de Gravidez – revela uma diminuição expressiva das complicações dos abortos clandestinos entre 2002 (antes da despenalização) e 2012 (de 1600 para 229. respetivamente). No mesmo documento, pode constatar-se através dos internamentos hospitalares que, em 2013, mesmo após a alteração legal, houve pelo menos 70 abortos clandestinos.

No último ano, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deu resposta a 71% das interrupções de gravidez por opção da mulher (mais 0,6% face a 2014), enquanto o privado fez 29%, dos quais 28% na Clínica dos Arcos, em Lisboa, que tem um protocolo com o SNS. No privado, a maioria das interrupções (96%) são realizadas pelo método cirúrgico, enquanto no público 98% são pelo método medicamentoso.

Segundo o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez (IG) 2015, foram as mulheres entre os 20 e os 24 anos que mais recorreram à IG por opção (23%), logo seguidas daquelas com 25-29 anos (21%). Cerca de 19% tinham entre 30 e 34 anos e 17% entre 35 e 39 anos. Em 2015, 63 mulheres que abortaram por opção eram jovens adolescentes com menos de 15 anos.

 

 

Fonte: Jornal de Notícias, 20 de Setembro 2016

20 de setembro de 2016

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