Desconfinamento em Lisboa provocou em proporção mais casos do que na China

Desconfinamento em Lisboa provocou em proporção mais casos do que na China

Por que é que num país como a China, com densidade populacional superior a Portugal, o desconfinamento trouxe menor taxa de contágio? O investigador Ruy Ribeiro diz que essa é a grande incógnita a que os cientistas devem dar resposta.
Os dados diários divulgados pela Direção-geral da Saúde, referentes a um período em que o país já se encontra em desconfinamento, não resultam numa curva epidemiológica com picos muito acentuados, mas Ruy Ribeiro, professor de Bioestatística da Universidade de Medicina de Lisboa, revela à TSF que os números o levam a questionar por que é que noutro pontos do mundo que já desconfinaram, como é o caso da China, há, em proporção, menos casos do que em Lisboa.
O que deve, então, intrigar os cientistas? Ruy Ribeiro responde: "Para mim, a pergunta não deveria ser 'por que é que há novos casos em Lisboa?', mas sim 'por que é que há menos casos noutros sítios?' Por que é que na China, num novo surto num mercado, não há mais casos?"
O investigador deixa esta pergunta para a ciência num momento em que a região de Lisboa e Vale do Tejo registou mais de mil casos no espaço de uma semana. Não se trata, no entanto, de uma segunda vaga, de acordo com Ruy Ribeiro. "Não sei se podemos dizer que é uma segunda vaga", hesita o professor, que relaciona os novos casos com as condições socioeconómicas específicas da fase de desconfinamento.
Ruy Ribeiro acrescenta: "Pelo que tem vindo a público, podem estar relacionados com pessoas que necessitam de usar os transportes públicos, em locais de maior densidade populacional."

Fonte: TSF, 24 junho 2020

24 de junho de 2020

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