Dois terços dos adultos têm excesso de peso

Dois terços dos adultos têm excesso de peso

Primeiro inquérito nacional de saúde com exame físico comprova elevada prevalência de doenças crónicas: hipertensão, obesidade e diabetes.

 

É indesmentível: uma parte significativa da população adulta em Portugal tem excesso de peso ou é obesa. Cerca de dois terços das pessoas pesadas e medidas no primeiro inquérito nacional de saúde com exame físico, em 2015, tinham um índice de massa corporal igual ou superior a 25 kg/m2, o que corresponde a excesso de peso, e 28,7% eram já obesas. São dados preliminares do primeiro estudo de âmbito nacional realizado com esta metodologia que vão ser apresentados hoje (31 de Maio) em Lisboa e que suplantam em muito os resultados de inquéritos anteriores.

A prevalência de obesidade surpreende e alarma a endocrinologista Isabel do Carmo, que conduziu dois estudos sobre este problema em 2004 e 2008 e que frisa que o resultado agora conhecido corresponde ao dobro do constatado nessa altura. “Há uma grande subida na obesidade. É brutal. Estamos ao nível da Inglaterra”, lamenta Isabel do Carmo, que associa este resultado ao “tipo de vida” que os portugueses fazem e acredita que a crise económica contribuiu para agravar a situação. “Isto é o espelho da crise, a comida barata é hipercalórica”, acentua.

Cauteloso, Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, assume que os números são, de facto, substancialmente mais elevados do que seria de esperar, mas nota que o anterior inquérito nacional de saúde (de 2014) se baseava apenas nas declarações dos inquiridos (auto-reporte) e incluía jovens desde os 18 anos (ao contrário deste, que incidiu sobre uma amostra representativa de 4911 pessoas dos 25 aos 74 anos), pelo que não podem ser comparados. Pedro Graça nota também que os dados são ainda preliminares. No inquérito de sedentarismo nos tempos livres era assumido por 44,8% da população inquirida.

A merecer também destaque surge a elevada percentagem de homens, 33,8%, que assume ter tido um “consumo perigoso de álcool” (binge drinking), percentagem essa que no grupo mais jovem sobe para 51,9%. Quanto ao consumo do tabaco, este é reportado por 28,3% dos homens e 16,4% das mulheres, observando-se prevalências mais elevadas nos grupos mais jovens. A exposição ambiental ao fumo do tabaco afectava 12,8% dos inquiridos.

 

Fonte: Público, 31 de Maio 2016-05-31

 

31 de maio de 2016

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