Estudantes de Medicina querem reduzir número de vagas para garantir qualidade

Estudantes de Medicina querem reduzir número de vagas para garantir qualidade

Atual número de alunos coloca em causa o ensino e o atendimento aos doentes, que chegam a ter 20 estudantes à sua volta. Neste ano, estima-se que 400 fiquem sem vaga na especialidade. Ministério da Saúde vai analisar ideia.

 

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) entregou ao governo uma proposta para reduzir, em cinco anos, de 1800 para cerca de 1300 o número anual de estudantes de Medicina. Em causa está, dizem, a qualidade da formação médica em Portugal, pré e pós-graduada, o que pode ter implicações na qualidade dos serviços de saúde da população.

Esta é também uma preocupação dos diretores de faculdades de Medicina, Ordem dos Médicos e Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

Contactado pelo DN, o Ministério da Saúde adiantou que irá analisar a proposta com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, que não respondeu às questões enviadas. Atualmente Portugal tem cerca de 40 mil médicos, estando no Serviço Nacional de Saúde 26 960, o que leva os responsáveis do setor a dizer que a falta de clínicos sente-se, sim, mas apenas no SNS.

Como o número de estudantes é superior à capacidade formativa atual, a associação propõe ao governo a “extinção imediata do contingente adicional de 15% de vagas [cerca de 250] para licenciados a admitir nos cursos de Medicina”. Segundo André Fernandes, presidente da ANEM, quem quer tirar um segundo curso “não deve ter condições privilegiadas, muito menos quando há excesso de vagas”. A outra proposta é a “redução fracionada de3% ao ano”, num total de 15% ao fim de cinco anos. Caso a proposta seja aceite, seriam menos 300 vagas em Medicina já neste ano.

 

Fonte: Diário de Notícias, 14 de Março

 

14 de março de 2016

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