O Plano de Ação do Gabinete Nacional de Apoio ao Médico para o ano de 2024 foi apresentado no dia 16 de fevereiro, na Biblioteca Histórica da Região Sul da Ordem dos Médicos, em Lisboa, numa reunião aberta aos médicos interessados, durante a tarde. O conhecimento de dados alarmantes sobre a presença de sintomas de burnout em médicos levou a OM a criar, em 2019, o GNAM, com João Redondo responsável pela sua coordenação. Já a nível da Região Sul, a coordenação cabe a José Santos, fazendo também parte do Gabinete Regional outros médicos de várias especialidades.
A reunião teve início com uma breve intervenção de Mónica Fonseca, Vice-presidente do CRS e também Secretária do Gabinete Nacional de Apoio ao Médico (GNAM), que saudou os presentes a quem pediu para se apresentarem, introduzindo seguidamente o propósito do encontro. José Santos, o coordenador na Região Sul, proferiu também algumas palavras breves.
Com o objetivo de responder a situações de violência contra os médicos, de assédio e conflito no local de trabalho, de síndrome de burnout e problemáticas dos fatores de risco psicossociais na saúde e bem-estar dos médicos, o Plano de Ação do GNAM assenta numa perspetiva de saúde pública, ecológica, sistémica e de trabalho em rede e a sua apresentação coube ao Coordenador do Gabinete.
João Redondo considerou importante conhecer a frequência de determinadas situações delicadas, na medida em que, assim, torna-se possível “avaliar o funcionamento de uma organização em relação aos seus profissionais”, explicou o dirigente, que apelou, ainda, a “uma reflexão” acerca desta temática.
Assim, o Plano delineado pelo GNAM assenta na investigação, prevenção e intervenção, sendo necessário, primeiramente, “conhecer os fatores de risco e promover os fatores protetores” e depois fazer uma avaliação adequada de determinada ocorrência, seguida de uma triagem e, por fim, de um encaminhamento para as entidades competentes, explicou João Redondo.
O investimento na prevenção pode ser aprofundado através da divulgação. O coordenador GNAM considera que a página a ser criada no site da Ordem dos Médicos poderá ser “a porta de entrada para o pedido de ajuda”, apontou. “Cuidar mais uns dos outros” é o que João Redondo espera que seja feito entre os médicos.
Após a apresentação do Plano de Ação, os médicos presentes na reunião juntaram-se a João Redondo num momento de conversa e de partilha de pontos de vista e experiências, relacionadas com a temática abordada ao longo da reunião. Carlos Mota Cardoso, coordenador do GNAM no Norte, referiu a frase “O caminho se faz caminhando”, de António Machado, por a associar ao projeto desenvolvido, na medida em que entende que este se constituiu como o início de um plano de trabalho para ajudar os médicos. Nomeou, ainda, João Redondo como o grande impulsionar da iniciativa.
Na reunião estiveram também presentes dirigentes do CRS, como Fernando Pereira, Inês Fonseca, João Dias Ferreira e Maria João Mateus, o Presidente do Conselho Nacional do Médico Interno, José Durão, a Presidente do Conselho Sub-Regional da Grande Lisboa, Filipa Lança, e Paulo Sancho, do departamento jurídico da Ordem dos Médicos.
Além de Lisboa, na Região Sul, esta reunião teve também lugar no Porto e em Coimbra.