HGO enfrenta dificuldades "muito graves"

HGO enfrenta dificuldades "muito graves"

Alexandre Valentim Lourenço, que manteve uma reunião com a administração do hospital e vários diretores de serviço, em que manifestou as preocupações da Ordem dos Médicos, sublinhou, em declarações no final da visita, no dia 25 de janeiro, que o hospital de Almada tem tido “constrangimentos a nível de recursos humanos que evitam responder de uma forma eficaz a todas as solicitações, o que nalgumas especialidades põe até em causa a capacidade de formar tantos internos e especialistas como tinham até à data”.
“Nos últimos anos, o número de especialistas formados em algumas especialidades cirúrgicas e as capacidades do Hospital Garcia de Orta para os formar têm estado a diminuir, porque o número de cirurgias a realizar e a forma como são realizadas não é a mesma que existia há sete ou oito anos”, considerou Alexandre Valentim Lourenço.
Na reunião, a administração do Hospital Garcia de Orta garantiu que está a resolver alguns dos problemas, transmitindo que nalgumas especialidades os problemas têm solução, mas que noutras “a redução de efetivos e de recursos não tem permitido colmatar com eficiência os serviços recorrendo a médicos do hospital”, pelo que recorrem muitas vezes a empresas externas, disse Alexandre Valentim Lourenço.
“A Ordem dos Médicos pensa que, na maior parte dos serviços, a utilização de empresas de recursos humanos para contratar médicos para resolver problemas nos hospitais provoca, depois, problemas ao funcionamento dos serviços”, afirmou o Presidente do CRS, advogando que os serviços estão “muito envelhecidos nos quadros de especialistas”.
Além do hospital, a delegação da Ordem dos Médicos, que incluiu os vogais do CRS Nuno Gaibino e João Furtado, o Presidente do Conselho Sub-regional de Setúbal, Daniel Travancinha, e outro dirigente da Sub-região, Jorge Espírito Santo, visitou o Centro de Saúde de Almada.
Nessa visita, os dirigentes verificaram que a articulação entre hospitais e centros de saúde pouco passa das intenções, num concelho onde falta médico de família para 40 mil utentes.
Alexandre Valentim Lourenço, manifestou-se também contra a criação de concursos para enfermeiros especialistas para os centros de saúde.

De acordo com o presidente do CRS, “são cerca de 700 enfermeiros a nível nacional, muitos na região Sul”, profissionais que “estão a sair dos hospitais e a ir para os centros de saúde, deixando os hospitais desprotegidos e nos centros de saúde estão a fazer muitas vezes trabalhos em que concorrem para as funções médicas”.
“Enfermeiros a realizarem funções que, normalmente, são atos médicos”, apontou Alexandre Valentim Lourenço, defendendo que não se pode “substituir o trabalho médico diferenciado dos centros de saúde sob o argumento que há poucos médicos de família”.
Neste âmbito, a Ordem dos Médicos propõe que o investimento nos hospitais, em termos de equipas e de projetos, seja retirada às empresas de recursos humanos que “vendem médicos a avulso” e que seja investido nos serviços e nos projetos que já existem no Hospital Garcia de Orta.

25 de janeiro de 2018

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