Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, tem banco com leite doado para bebés prematuros ou cujas mães não amamentem.
Soraia amamentou L até aos dois anos e meio. E só parou de o fazer porque, para o filho, agora com quatro anos, consumir o leite materno tornou-se quase um vício. "Pedia mama a toda a hora. Por isso, resolvi secar o leite", conta, ciente de todos os benefícios da amamentação. Até porque, em casa, tem um exemplo para comparar. A filha, atualmente com sete anos, só foi amamentada até completar um mês de vida. "Teve muitos mais problemas de saúde do que o irmão", constata. Em Portugal. Não é muito comum uma mulher conseguir amamentar até o filho completar dois anos. Mas esse é um dos objetivos de saúde ambicionados desde 2010, além de se conseguir atingir os 50% de bebés alimentados apenas com leite materno até aos seis meses de vida.
"Pode-se amamentar enquanto uma mãe quiser, até aos dois ou três anos de vida. A maioria das mães não o consegue. Mas se conseguir, ao menos, até aos seis meses de vida, já é muito bom", confirma Lopes dos Santos, presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, enumerando vantagens nutricionais e imunológicas como alguns dos muitos benefícios para o bebé, além da criação de laços afetivos com a progenitora. "Há estudos que indicam que as crianças que são amamentadas, pelo menos até aos dois meses de vida, têm ligeiramente melhor desempenho intelectual quando vão para a escola", acrescenta, ao assinalar-se o Dia Mundial da Amamentação.
Depois de na década de 50 a maioria dos hospitais e dos profissionais de saúde no mundo desenvolvido terem promovido o leite de fórmula como o método ideal de alimentação dos bebés, nos últimos anos as orientações inverteram-se, face a uma sucessão de estudos que indica vários benefícios para a saúde física e emocional do bebé.
Fonte: Jornal de Notícias, 1 de Agosto 2016