Médicos apontam para "caos" na Urgência

Médicos apontam para "caos" na Urgência

Aumento do movimento no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra levou a abaixo-assinado.

 

Um grupo de médicos considera que a área cirúrgica do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra está "caótica" desde o encerramento parcial do serviço no Hospital dos Covões, nos últimos quatro anos. A situação já provocou um abaixo-assinado de 20 profissionais, que está a ser analisado pela Ordem dos Médicos e pela Administração da unidade hospitalar.

O documento foi entregue a 8 de junho ao diretor clínico do CHUC, a sindicatos e à Ordem dos Médicos, sendo encabeçado por Carlos Mesquita, um antigo diretor do Serviço de Urgência do CHUC. É revelado que o movimento de doentes aumentou

15% desde o encerramento parcial do Serviço de Urgência nos Covões, hospital também pertencente ao CHUC. Atualmente, e segundo o mesmo documento, há uma afluência de 450 pessoas por dia ao serviço.

O abaixo-assinado refere ainda que não tem havido uma triagem médica capaz. "A área cirúrgica da Urgência está transformada num desdobramento da urgência básica, com preocupante quebra de qualidade no atendimento aos doentes cirúrgicos", lê-se.

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, confirma ao JN a receção do documento e salienta que este está a ser analisado. "Estamos a atuar junto do Conselho de Administração para perceber o que está a acontecer, tendo também feito o mesmo junto do Colégio de Cirurgia Geral", aponta, prosseguindo que é um problema recorrente em vários hospitais do país.

Para Carlos Cortes, a preocupação tem a ver, não só com o atendimento, mas também com a área formativa. "Pode ter um impacto em termos de formação médica, uma vez que há muitos serviços feitos por internos", explica. Quanto a uma possível triagem incorreta, Carlos Cortes entende que poderá levar a uma sobrecarga do serviço de cirurgia na Urgência.

Fonte do CHUC confirma também a receção do abaixo-assinado, completando que o documento será objeto de análise adequada e em tempo oportuno.

 

Fonte: Jornal de Notícias, 14 de Junho 2016

14 de junho de 2016

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