Medida vai refletir-se sobretudo nos cuidados de saúde primários.
Mais de 50 médicos aposentados estão disponíveis para regressar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente para os cuidados de saúde primários.
Com esta medida, o governo espera colmatar a falta de 693 médicos de família – uma situação que afeta mais de um milhão de utentes a nível nacional. Além da contratação de médicos reformados, a tutela planeia resolver esta falha com o concurso nacional, em curso, para contratar especialistas de Medicina Geral e Familiar.
O Tribunal de Contas (TdC) afirma que "o rácio de utentes inscritos por médico degradou-se. Registou-se uma diminuição de 71 médicos nos cuidados de saúde primários, entre 2013 e o primeiro semestre de 2015". Para o TdC, a falta de médicos de família resulta, entre outros fatores, da eventual cedência a interesses corporativos ('numerus clausus' restritivos à entrada nos cursos de Medicina e condicionamento do acesso à formação pós-graduada). "O rácio de utentes inscritos por médico degradou- se. Registou-se uma diminuição de 71 médicos nos cuidados de saúde primários, entre 2013 e o primeiro semestre de 2015", sustenta.
Ontem também, o presidente da Ordem dos Médicos/Norte lamentou que os responsáveis políticos continuem a não respeitar as capacidades formativas dos cursos de Medicina" ao abrir 1.441 vagas. "À redução global do 'numerus clausus', nomeadamente através da extinção do contingente especial de 15% de vagas para licenciados, constitui um imperativo moral". considera Miguel Guimarães.
Fonte: Jornal de Notícias, 27 de Julho 2016