Centenas de novos médicos da Região Sul realizaram o seu Juramento de Hipócrates, em Lisboa, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, cerimónia que o Bastonário da Ordem dos Médicos (OM) considerou ser “a mais importante e simbólica” na vida dos médicos.
O evento, que decorreu no dia 30 de novembro, ao fim da tarde, contou com as intervenções do Bastonário, Carlos Cortes, do Presidente do Conselho Regional do Sul (CRS), Paulo Simões, do Presidente do Conselho Nacional do Médico Interno, José Durão, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Estiveram também presentes o Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, e o Presidente do Conselho Regional do Centro da OM, Manuel Teixeira Veríssimo.
Carlos Cortes, além de considerar que o Juramento de Hipócrates simboliza o início de uma “jornada que exige o melhor” de cada médico e o momento em que começa “a verdadeira Medicina”, realçou a importância de preservar a relação médico-doente, “o coração da profissão” médica. Nesse sentido, o Bastonário referiu que “apesar de todos os avanços” nesta área “o que nunca vai mudar é a relação entre os médicos e os doentes”.
Por outro lado, Carlos Cortes reconheceu que “haverá dias difíceis” em que os médicos podem sentir vontade de desistir, mas lembrou os novos colegas que “nunca vão estar sozinhos”. “O caminho que escolheram não é fácil, mas é infinitamente gratificante”, acrescentou.
Por sua vez, Paulo Simões referiu que a Medicina é “ciência, arte, humanidade e a compaixão que permite cumprir a missão fundamental” de cuidar dos utentes, defendendo também a importância da relação médico-doente.
O Presidente do CRS sublinhou, ainda, que o compromisso que os novos médicos vão assumir a partir deste momento assenta em pilares fundamentais: “Respeito pela vida humana, procura permanente do conhecimento e qualidade do exercício da profissão médica, com a humildade de saber partilhar o conhecimento com todos os médicos”.
O dirigente apelou aos novos médicos para que nunca se esqueçam de que “para dar esperança é preciso ter esperança, para dar carinho é preciso ter carinho e para distribuir felicidade é preciso ser feliz”.
Já José Durão, dirigindo-se aos colegas, alertou para o facto de que a incerteza e o receio “vão ser constantes” na vida e carreira dos médicos, mas pediu para que não escolham o caminho “baseado no medo disfarçado de pragmatismo”. O Presidente do CNMI garantiu, ainda, que a Ordem dos Médicos irá lutar “por uma formação médica de qualidade e uma prática da Medicina segura e digna, independentemente das adversidades que a profissão tem tido”.
Por seu turno, o Presidente da República, que felicitou os presentes, referiu que o Juramento de Hipócrates é “um momento único” na vida dos médicos e que a Medicina é “uma missão e vocação apaixonante”: “É uma exigência enorme. Por isso admiro-vos”, sublinhou.
Reconhecendo as dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu, “em nome de todos os portugueses” o compromisso e o serviço dos médicos à população.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, deixou uma mensagem, através de vídeo, aos novos médicos, reconhecendo o “compromisso tão profundo, o respeito e sentido de ética” associados à profissão médica, que “é uma enorme missão e uma vocação que se cumpre todos os dias ao serviço das pessoas”.
A cerimónia, que teve início com a atuação do Coro Aesculapides da Região do Sul da OM e um momento de animação protagonizado pelo médico e comediante Carlos Machado Vidal, contou com a habitual entrega dos Prémios do Centro de Estudos Manuel Machado Macedo, que distinguiram os três melhores alunos de cada uma das escolas médicas do Sul – Faculdade de Medicina de Lisboa, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa e Universidade do Algarve.
O programa do evento terminou com a atuação da Tuna Médica de Lisboa.