"Vivemos um tempo paradoxal"

"Vivemos um tempo paradoxal"

Carlos Fiolhais e David Marçal participaram no debate sobre o tema do seu livro numa altura em que cresce a discussão sobre o reconhecimento político de atividades consideradas não científicas, como é o caso da aprovação de um curso superior da designada "medicina" tradicional chinesa. A sessão contou ainda com intervenções do Presidente do Conselho de Ética para as Ciências da Vida, Jorge Soares, de Rodolfo Begonha, da editora Gradiva, e do anfitrião, Jorge Penedo, Vice-presidente do Conselho Regional do Sul.

Jorge Soares, na sua intervenção, admitiu que, no contexto que se vive, talvez fosse melhor verificar também as próprias "vulnerabilidades" da ciência, que servem aos seus inimigos para a atacar, o que, quer Carlos Fiolhais quer David Marçal admitiram como uma atitude acertada, reconhecendo que os cientistas não se conseguem desligar facilmente da perceção de soberba que sobre eles têm as pessoas.

Essa mesma característica apontou Jorge Penedo aos próprios médicos, o que explica, do seu ponto de vista, que "o populismo tenha vindo a ganhar peso" e se avance com decisões políticas nele sustentadas, como é o caso da criação do curso de "medicina" chinesa, medida para a qual nenhum dos participantes no debate encontra explicação no contexto do ensino superior politécnico e público.

O Vice-presidente do Conselho Regional do Sul encerrou o debate saudando especialmente Carlos Fiolhais pelo seu trabalho de divulgação da ciência. O cientista é o coordenador de uma coleção de livros sobre ciência, da Gradiva, que vai já em 224 obras.

9 de março de 2018

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