Até 2017 metade dos doentes com hepatite C podem estar curados

Até 2017 metade dos doentes com hepatite C podem estar curados

Nos hospitais estão inscritos 13 mil doentes. A taxa de sucesso da nova medicação, a ser dada desde 2014, é de 95%. Tendo em conta os tratamentos já iniciados, em breve podem estar curadas 7300 pessoas.

 

"É uma felicidade enorme recebermos alguém que mostra as análises e diz: 'Estou curado.' E, mais do que isso, 'abri uma empresa e tenho 200 trabalhadores'. Acho que foi um grande investimento e é um daqueles momentos em que devemos ter orgulho de sermos portugueses e de fazer parte de uma instituição que deu este contributo

com o apoio do governo", conta Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que no ano passado tratou mil doentes. Até ao momento, no país, iniciaram-se 7676 tratamentos.

Os resultados têm sido muito positivos, referem os especialistas, a cumpriras previsões apontadas pelos ensaios clínicos: a taxa de doentes curados tem oscilado sempre entre os 95% e os 96%. Os números atuais refletem isso mesmo. Dos 2810 tratamentos finalizados, 2702 estão curados e 108 não. O que dá 4% de insucesso. Atendendo aos resultados e ao número de tratamentos já iniciados, poderão estar curados entre o final deste ano e fevereiro do próximo 7300 doentes, ou seja, cerca de metade dos pacientes que estão inscritos nos hospitais do SNS.

No final de dezembro tinham iniciado tratamento 5322 doentes. Atualmente a contagem, atualizada pela última vez na segunda-feira passada, está em 7676, o que dá uma média de 400 novos tratamentos por mês. A este ritmo, chegar-se-á ao final do prazo do acordo— foi assinado por dois anos, por isso fevereiro do próximo ano—com cerca de 10 500 doentes a serem tratados. Paulo Macedo, na altura à frente do Ministério da Saúde, adiantou que podiam ser tratados até 13 mil pessoas, mas estimava que nem todos precisassem de medicação. Previa que fossem tratados por ano cinco mil doentes.

"Os tratamentos duram três a seis meses e é preciso esperar mais três [após o fim da medicação) para ter o resultado final. Acredito que até ao final do ano poderemos ter dez mil tratamentos iniciados. Esperamos que dentro de seis a nove meses tenhamos cerca de oito mil portugueses curados. Os resultados são extraordinários,

semelhantes aos dos ensaios clínicos. Não há quase nenhum doente que não fique curado", diz Tato Marinho, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de

Gastroenterologia, salientando o progresso que a investigação permitiu, ou seja, pela primeira vez matar um vírus. “Apesar da eliminação do vírus, numa pessoa com cirrose o risco de cancro mantém-se”, alerta.

 

Fonte: Diário de Notícias, 9 de Junho 2016

9 de junho de 2016

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