A dificuldade de atrair médicos para regiões do interior tem de contar com o apoio das autarquias na procura de melhores condições para que os jovens se possam estabelecer. O Presidente do Conselho Regional do Sul defendeu essa solução na sessão de receção aos internos de Portalegre, que decorreu no dia 25 de fevereiro.
A receção aos internos realizou-se na sede da Sub-região de Portalegre, a cujo Conselho preside Hugo Capote, e contou com a presença do Presidente do CRS, Paulo Simões, que falou aos jornalistas locais antes da sessão, sublinhando as dificuldades de fixação de médicos em regiões periféricas e do interior.
Paulo Simões destacou que estas dificuldades em captar profissionais de saúde, no caso de Portalegre, podem agravar-se com a entrada em funcionamento do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, que passou a ser uma solução mais atrativa para os jovens médicos.
O Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, defendeu, neste contexto, que dar condições favoráveis de alojamento - o que é possível às autarquias fazer -, por exemplo, pode contribuir decisivamente para que os médicos escolham fixar-se nestas regiões do país.
A Ordem dos Médicos tem alertado para a necessidade de políticas públicas que incentivem a fixação de profissionais de saúde no interior do país. Sem essas medidas, a desigualdade no acesso à saúde entre as regiões do litoral e do interior continuará a aumentar, colocando em risco a saúde e o bem-estar das populações mais vulneráveis, considerou Paulo Simões.
O Presidente do Conselho Sub-regional de Portalegre manifestou também a sua preocupação, alertando para o facto de metade das vagas disponíveis para internos em unidades da Sub-região não terem sido preenchidas. Hugo Capote admitiu que esta circunstância é muito grave, considerando que a região continua a enfrentar desafios significativos na atração de profissionais de saúde.
A sessão de receção aos internos contou com a participação de um médico de Saúde Pública, André Arraia Gomes, médico de Saúde Pública na USP Alto Alentejo, e de Maria João Seco, médica de família em Elvas, que apresentaram o cenário das respetivas especialidades na Sub-região.