Bial quer dados médicos de voluntários em teste

Bial quer dados médicos de voluntários em teste

Ministério Público francês vai abrir investigação por "homicídio involuntário" ao que aconteceu em janeiro.

 

A empresa farmacêutica Bial considera ser fundamental que lhe sejam disponibilizados todos os dados médicos dos voluntários no ensaio clínico realizado em França, em janeiro, no qual um dos participantes veio a morrer. Este pedido surge depois do anúncio por parte do Ministério Público francês de que vai abrir uma investigação judicial por "homicídio involuntário".

"O apuramento de forma rigorosa e exaustiva do que se passou no ensaio clínico com o composto experimental BIA 10-2474 [que atuaria em doenças como a epilepsia e a doença de Parkinson] constitui uma prioridade para a Bial desde a ocorrência do incidente. Nesse sentido será fundamental ter acesso à totalidade dos dados médicos dos voluntários, o que ainda não ocorreu, uma vez que é crucial para uma investigação completa em tomo do sucedido, nomeadamente a explicação das causas da morte de um dos voluntários", referiu à Lusa fonte da empresa. A Bial sublinha que o comunicado ontem (14 de Junho) divulgado menciona que a vítima mortal "era portadora de uma patologia vascular endocraniana oculta, suscetível de explicar o desfecho fatal" e que os "ensaios efetuados com animais, submetidos a doses muito mais fortes e durante um período mais longo, não pareciam fazer prever os efeitos indesejáveis verificados no ser humano".

Na altura do ensaio (relativo à fase 1 de uma molécula da Bial), seis voluntários foram hospitalizados, dos quais um acabaria por morrer. A mesma fonte oficial da Bial sublinhou que "os relatórios já conhecidos concluíram que nenhum sinal de alerta foi identificado junto dos demais voluntários que participaram nas fases precedentes de ensaio (num total de 116 voluntários dos quais 90 receberam o medicamento experimental e 26 receberam placebo)".

No final de maio, o governo francês afirmou que a Bial e a empresa especializada Biotrial têm responsabilidade, "de várias formas", no ensaio clínico e exigiu um plano de ação que impeça a repetição dos erros.

 

Fonte: Diário de Notícias, 15 de Junho 2016

 

15 de junho de 2016

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