Situação muito grave na urgência do HGO

Situação muito grave na urgência do HGO

Na sequência da demissão dos chefes de equipa de urgência do Hospital Garcia de Orta, o Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos reuniu-se a 21/11 com a administração, os chefes de equipa de urgência e com os representantes da Comissão de Internos. APaulo Simões considerou a situação do serviço "muito grave".

Sobre este assunto, o Conselho Regional do Sul emitiu o comunicado que se segue:

 

Situação muito grave na urgência do HGO

Na sequência da demissão dos chefes de equipa de urgência do Hospital Garcia de Orta, o Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos reuniu-se hoje (21/11) com a administração, com os chefes de equipa de urgência e com os representantes da Comissão de Internos.

Das reuniões saiu uma forte preocupação com a situação no serviço de urgência, que funciona com equipas abaixo dos mínimos estabelecidos pela Ordem dos Médicos e com o recurso excessivo a médicos internos, o que prejudica a qualidade da medicina prestada às populações e a formação dos internos.

Paulo Simões, que foi acompanhado pelos vogais Fernando Pereira e Inês Fonseca e pelo Presidente do Conselho Nacional do Médico Interno, José Durão, depois de ter reunido com os chefes de equipa e com os internos, voltou a falar com a administração e manifestou “a preocupação da Ordem com a destruição do trabalho em equipa e com o recurso sistemático a soluções externas para garantir um especialista por turno de urgência”. Tal como alertou para o risco de a assistência aos doentes poder falhar a qualquer momento.

O recurso a serviços externos, que pode resolver pontualmente uma ou outra falha da escala, tem um impacto significativo na estrutura e coesão das equipas, promovendo a sua desintegração, problema que é comum a vários hospitais e que aumenta os riscos de segurança para os doentes.

A Ordem dos Médicos está muito preocupada com a formação dos internos. O que está a acontecer neste hospital prejudica seriamente essa formação, como afirmaram os representantes dos internos, que não se veem no futuro a trabalhar no HGO, por entenderem que faltam condições para um exercício de medicina de qualidade.

Para o Presidente do Conselho Regional do Sul, “a situação que levou à demissão dos chefes de equipa de urgência é muito grave”. Neste contexto, Paulo Simões entende que o ministro da tutela e o diretor-executivo do SNS deveriam já ter tido uma ação neste problema que é transversal à maioria dos serviços de urgência da região Sul, não compreendendo “o discurso otimista do ministro da Saúde, quando existe um risco sério de as pessoas não serem devidamente assistidas, porque encontram os médicos exaustos e sem equipas para sustentar uma medicina que esteja à altura das necessidades”.

Recordamos que a carta de demissão dos chefes de equipa de urgência referia como causa principal para a sua tomada de posição não estarem “presentemente asseguradas as condições mínimas de segurança na maior parte dos turnos de SUG para os utentes que recorram a este serviço, nem para os profissionais que integram esta escala”.

Os signatários da carta de demissão apontam também “erros de escala, faltas de comparecimento de prestadores escalados e as escalas completadas com internos mais novos, maioritariamente internos da formação geral, muitas vezes apenas em regime parcial”, considerando que este mês há “um elevado risco” para os médicos e “para a população de toda a área de influência”.

O Conselho Regional do Sul transmitirá à tutela e à direção executiva do SNS toda a situação, depositando nas suas mãos a responsabilidade pelos problemas que eventualmente ocorram neste quadro de escassez de recursos. Os médicos deste serviço tudo têm feito para que os doentes sejam vistos e tratados convenientemente, num esforço que não se pode prolongar mais.

Todas as respostas cabem agora ao ministro da Saúde.

 

O Conselho Regional do Sul,

Lisboa, 21 de novembro de 2023

21 de novembro de 2023

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